Redução de Risco Ergonômico em Bicicleta

  1. Introdução
As bicicletas são projetadas visando transporte de população de baixa renda ou para fins esportivos. Desde as primeiras bicicletas pouco se mudou no design e no formato. Duas rodas, banco, guidão, correia transmissora; uma das maiores evoluções foi à inclusão de marchas, amortecedores e a construção de modelos de alumínio e outros materiais leves. Parece que pouco é considerando e muito menos estudado sobre os efeitos ergonômicos no consumidor final. Tratarei neste trabalho de mostrar como reduzi os riscos em minha bicicleta.


  1. Comparação Entre Modelos
Vejamos a seguir as formas em que são apresentadas no mercado as bicicletas. Nota-se que com o passar do tempo poucas modificações foram feitas nas bicicletas e que em alguns casos as modificações foram feitas pra pior.


Fig 01 - Bicicleta Schwinn Phantom, 1958


Fig 02 - Bicicleta nacional, década de 1990-2000 (ilustração)
Modelo similar ao usado pelo autor

O modelo da figura 2 é um modelo esportivo standard, comumente encontrado no mercado. Este modelo pode ser considerado um modelo muito vendido. Design simples, 18 marchas, sinalizadores refletores de luz nas rodas, top de linha de uma empresa nacional (provavelmente com design copiado de alguns pais como EUA ou China). O preço gira em torno de R$ 150,00.

Embora o fabricante recomende este tipo de bicicleta para atividades esportivas a maioria dos usuários usa este modelo para transporte diário.

Notamos nesse modelo o guidão baixo e o selim fino, responsáveis por inúmeros problemas de coluna, também os freios de mão em posição pouco confortável aos punhos. A meu ver esta foi uma evolução bastante maléfica sofrida pelas bicicletas durante a década de 1990, em que quase desapareceram os freios “de pé” e os selins largos que foram sendo substituídos pelos freios-de-mão e por selins finos depois que as bicicletas asiáticas passaram a ganhar grande fatia do mercado.


  1. Implementações Adotadas
3.1 Guidão

As implementações que fiz foram levantar o guidão e colocar um selim mais largo. Isso resolveu o problema de dores nas costas que vinha sentindo.


Fig 03 - Adaptação feita para guidão alto e banco largo.



Fig 04 - Bicicleta similar original (ilustração)

Fig 05 - Bicicleta adaptada

Pelas linhas auxiliares nota-se a diferença de altura entre banco e guidão. A altura diferencial ficou sendo da ordem de 30 cm.


3.2 Punhos

Outra adaptação feita foi a do freio-de-mão. Em geral os freios-de-mão, por si só já são considerados como problemas ergonômicos. No caso em questão os freios vinham a forçar a mão do ciclista a ficar tensionada sobre o puxador. (Fig 06). Com um pequeno ajuste do cabo do freio e da posição do puxador foi possível ficar com a mão relaxada. A posição adotada foi a posição de uma mão apoiada sobre o cabo do guidão, com os dedos para frente, posição esta que não tensiona nem força os dedos.(Fig 07)


Fig 06 - Punho tensionado.
Posição padrão usada em bicicletas.

Fig 07 - Punho relaxado.
Posição adotada.


3.3 Selim

Outra implementação adotada foi a troca do selim por um selim mais largo. Isso permitiu maior conforto ao sentar e pedalar.


Fig 08 - Selim fino
Peça similar à usada anteriormente

Fig 09 - Selim Largo
Peça usada atualmente


  1. Conclusão
As bicicletas atuais não estão adaptadas para o corpo do usuário. Não são ergonomicamente corretas. São inúmeros os ciclistas que se queixam de dores nas costas e na coluna.
Embora não sendo muito baratas estas adaptações, (em torno de R$ 40,00) são de infinita colaboração para a saúde e lazer. Tenho comprovado isso em meu dia-a-dia. Posso afirmar que foram de grande valia as modificações implementadas, em virude de ter notado melhoria significativa e imediata de conforto e redução de quase que totalmente as dores nas costas e nos pulsos que antes sentia. Acredito que estas melhoras diminuíram em 95% o risco ergonômico existente.